sábado, 26 de junho de 2010

Chomsky, um intelectual da esquerda americana

Foto: Divulgação
Noam Chomsky faz duras críticas ao governo estadunidense

Ativista político norte-americano, crítico ferrenho da política externa estadunidense, filósofo e professor de linguística do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Avram Noam Chomsky é conhecido como uma das mentes mais brilhantes do século XX.

Chomsky tem um laço com o Oriente Médio. Filho de judeus, cresceu dentro da tradição cultural hebraica e sionista, mas apesar disso ele é crítico com a política israelense em relação a seus vizinhos árabes. Em seus livros e artigos ele diz que Israel é um "Estado mercenário", que apóia as políticas americanas, inclusive com a venda de armas a países comandados por governos títeres americanos, como a Guatemala na década de 80, para obter apoio dos Estados Unidos.

O modo como Chomsky vê o terrorismo difere da abordagem comum: para ele existe o terrorismo de estado, o ato de matar civis, e o terrorismo praticado por movimentos políticos, a ação de atacar militares e suas instalações. Ele afirma que a morte de civis é terrorismo e não uma guerra contra terrorismo, classificando, dentro desses parâmetros, os Estados Unidos como um Estado terrorista.

Em seu livro “11 de setembro”, Chomsky analisa os impactos causados pelo ataque às torres gêmeas e ao pentágono em 2001. Também mostra como a propaganda manipulou as pessoas para favorecer o governo americano e como o governo usou do ressentimento da população que sofreu com o atentado para tornar a ocupação do Oriente Médio legítima.

A propaganda política é algo recorrente entre os assuntos estudados por Chomsky, que compara a publicidade ao cassetete, pois segundo ele "a propaganda representa para a democracia aquilo que o cassetete significa para o estado totalitário." O escritor sempre se lembra do poder de dominação que a propaganda exerce sobre as pessoas usando como exemplo a política americana, que a usa como cortina de fumaça para camuflar seus reais interesses.

O uso do discurso humanitário dos Estados Unidos, de que estão levando a democracia e a liberdade para as pessoas em outros países, é uma das propagandas mais usadas por regimes totalitários durante a história, o regime nazista é citado pelo escritor como exemplo. Esse discurso nada mais é que uma propaganda enganosa e que se olhada criticamente é visivelmente inverídica e é exatamente isso o olhar crítico sobre o que é veiculado pela mídia e pelo governo que Chomsky diz ser a "arma" contra todo tipo de propaganda.

Por Ana Amélia Lima

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