quarta-feira, 23 de junho de 2010

Americocentrismo no cinema

Foto: Divulgação
Cena do filme Independence Day: Casa Branca sempre é alvo recorrente

Segundo o Dicionário Aurélio, etnocentrismo é a tendência de um indivíduo para valorizar seu grupo, sua região e sua nacionalidade. Ou seja, o etnocêntrico é aquela pessoa que põe sua cultura, seus costumes e valores acima de todos os outros e tende a julgar as outras culturas de acordo com seus valores, sempre olhando de cima.

O maior exemplo de etnocentrismo que podemos ver claramente está em um país inteiro, não em um indivíduo: Os Estados Unidos. A maior potência mundial é também o modelo ocidental de etnocentrismo, o americocentrismo. Podemos analisar claramente essa postura norte-americana através de seus blockbusters, filmes de grande orçamento feitos para o grande público, que compõem o chamado cinema pipoca, com filmes feitos visando puramente o entretenimento, onde a ação desenfreada e os roteiros fracos são quase regra.

Em filmes como Independence Day, Armaggedon, M.I.B – Homens de Preto e, mais recentemente, O Dia Depois de Amanhã e 2012, é fácil notar o americocentrismo na história que se resume sempre à mesma coisa: o mundo está em perigo e cabe apenas aos EUA salvar o planeta. Claro que, nesse caso, o planeta também se resume apenas à terra dos ianques. As palavras “mundo” e “planeta” são meramente ilustrativas. Pouco ou nada se vê sobre outros países, pois apenas "nós", os Estados Unidos, somos relevantes.

A ameaça, nesses filmes, sempre bate à porta da Casa Branca. Não importa se é um meteoro que cai, se são as mudanças climáticas que ocorrem, se são alienígenas causando confusão, ou o fim do mundo que chega por motivos desconhecidos, ele sempre chega primeiro nos EUA. O presidente americano é mostrado como o soberano do mundo, que sempre deve tomar as decisões pertinentes, aquele com o poder de decisão. Os outros líderes mundiais são, e serão, completamente ignorados.

Infelizmente essa postura americana não existe apenas nos filmes. Ela é real e não é difícil perceber, em episódios recentes como o do Haiti, por exemplo, quando após o terremoto que devastou o país, os EUA ocuparam a nação com suas tropas e tomaram o aeroporto e as ruínas do palácio presidencial, além de outros episódios como as guerras do Iraque e Afeganistão, após os ataques de 11 de setembro de 2001. A ficção, nesse caso, apenas imita a realidade.

Por Kíssila Machado

Nenhum comentário:

Postar um comentário